E-books chegam a 3% das vendas de livros

Em 2013, as vendas de livros digitais nos mercados mais desenvolvidos do mundo tenderam à estagnação.
Enquanto em países como França e Alemanha o segmento cresceu no mesmo ritmo acelerado dos EUA até 2011, com os digitais passando os 5% das vendas das editoras, os mercados onde os e-books já são superiores a 20% (EUA e Reino Unido) tiveram aumento quase nulo.
Ainda é cedo para tirar conclusões sobre a desaceleração, mas uma tendência paralela nos países de língua inglesa chamou a atenção.
Trata-se da expansão de serviços de leitura via streaming, como Scribd e Oyster, com os usuários que pagam mensalidades para acessar milhares de títulos em vez de pagar por eles isoladamente.
Ainda com poucas opções nessa área (o maior serviço, a Nuvem de Livros, é mais voltado ao público estudantil), o Brasil teve em 2013 seu primeiro ano com a presença das grandes lojas de livros e viveu crescimento similar ao dos EUA nos primórdios do Kindle, entre 2008 e 2009.
As maiores editoras do país fecharam 2012 com os e-books representando cerca de 1% de suas vendas totais. Agora, após um ano com Amazon, Apple, Google e Kobo oferecendo e-books nacionais, as casas informam que o digital chega a 3% de suas vendas.
É ainda uma parcela pequena e que decepciona editores, mas um crescimento esperado para um país cujos leitores ainda tateiam as opções de leitura digital.
A Objetiva, por exemplo, vendeu 15 mil e-books em 2012 e fecha 2013 com 95 mil livros digitais vendidos, um crescimento de 650% (eles agora representam 3% das vendas da editora).
Marcos Pereira, editor da Sextante, diz que esperava mais que os 2% que os e-books representam hoje para a editora, mas ressalva que isso tem relação com o fato de apenas metade de seu catálogo de 600 títulos já ser vendido no formato.
A casa, no entanto, tem um dos casos mais expressivos de vendas digitais no país. “Inferno”, de Dan Brown, que já vendeu cerca de 500 mil cópias impressas, teve comercializados 24 mil e-books desde o meio do ano, quando foi lançado — ou seja, quase 5% das vendas foram digitais.
O que caiu foi o ritmo de expansão dos acervos digitais. Em geral, as editoras têm feito lançamentos simultâneos em papel e e-book, mas contratos feitos anos atrás inviabilizam a conversão de títulos mais antigos.
 
Publicado originalmente por Raquel Cozer na Folha de S. Paulo

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