O verdadeiro “calvário” dos e-books

Somos 3.500 membros no grupo “Livro digital: desafios e oportunidades do mercado editorial brasileiro” neste 21 de abril de 2015.
E desde o ponta-pé “oficial” dos livros digitais no Brasil (5/12/2012), nunca vivemos, efetivamente, um momento de tão grandes desafios e oportunidades.
A revista “Isto é”, no Brasil, e outras publicações estrangeiras vaticinam: Os livros digitais vivem seu “calvário”, perdem fôlego em mercados mais avançados e, no Brasil, não adquirem relevância!
Mas, será que é isso mesmo? E se assim o for, quais as (reais) causas?
Mais: de uma forma mais ampla, deixando de lado os e-books, sobraria alguma coisa no mercado editorial atual (especialmente o brasileiro, que é o que nos interessa) para comemorarmos?
Somos 3.500 membros nesse grupo e, penso, é chegado um momento de reflexão.
O livro digital, o verdadeiro livro digital, me parece, ainda não surgiu, ainda não foi compreendido e implementado. Especialmente no Brasil.
Porque para isso, a produção desse mesmo livro digital precisa seguir outros modelos e parâmetros bem diferentes dos atuais.
Hoje, essa produção está totalmente atrelada ao livro físico, e isso dificulta a percepção das reais diferenças existentes entre um produto e outro (físico e impresso).
O livro digital ora implementado no Brasil nada mais é do que um simulacro, empobrecido, do “original” impresso. Não quero dizer com isso, que o livro digital deva ser game. Game é game e livro é livro. Um livro é no fundo um banco de dados, uma base de conhecimento.
Aos editores, interessam os dois, impresso e digital. Não é (nunca foi) um versus o outro. O livro digital deve ser uma evolução, uma inovação. Se não o enxergamos assim, é porque alguma coisa está errada.
Precisamos abrir a cabeça (e o coração, por que não?).
Volto a repetir o que já digo há alguns anos: o livro é o software.
Explico: o modelo do livro digital — que não significa (friso) apenas o livro de bits, mas também o de celulose, mas gerado a partir de um workflow digital, com customizações, atualizações, etc — o modelo desse novo livro, que obrigatoriamente deve incorporar inovação, está, a meu ver, na própria evolução do conceito e do mercado de software.
Não precisamos reinventar a roda. Basta termos coragem de seguir em frente.
Portanto, o livro digital deve ser pensado como um produto a parte, independente do livro impresso. Isso é fundamental para a evolução desse livro digital que realmente queremos, que realmente significará alguma disruptura nesse mercado.
Liberdade, ainda que tardia, para o livro digital!
Forte abraço,
Claudio Soares

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