Entenda a origem da expressão ‘de mão beijada’ e de outras palavras

VOCÊ SABE…
…qual é a origem das palavras candidato e senador? E de onde vem a expressão “de mão beijada”?
Candidato vem de cândido. Candidatus, em latim, significa “puro, vestido de branco”. Na Roma antiga, os postulantes a cargos no governo usavam branco, para transmitir a ideia de pureza e honradez, que normalmente associamos à cor branca. Da mesma forma, a palavra cândida indica limpeza, pureza, tecido alvo.
Hoje, nas democracias, marcadas por escolhas periódicas de representantes do povo, os candidatos se vestem de muitas outras cores, inclusive ligadas aos partidos que representam, mas a palavra candidato permaneceu. O que não deixa de ter certa ironia, pois muitos candidatos sacrificam a ideia de pureza e honradez, em nome de pragmatismos pouco louváveis.
No entanto, na hora de escolher em quem votar, seria bom ter em mente a origem da palavra, e verificar se o nosso candidato faz jus a esse nome. E cobrar dos eleitos a coerência com as promessas feitas durante a candidatura, quando a maioria se comporta como se realmente vestisse uma túnica imaculada, da pureza e da candura.
Senador e senado vêm do latim sen, senex, que quer dizer “velho, idoso”. Portanto, senado é uma assembleia ou conselho de anciãos.
Essa tradição vem de muito longe, quando o poder nas tribos primitivas era exercido pelos mais velhos e mais sábios.
É interessante observarmos outras palavras da língua portuguesa que tem sua origem em sen, senex: senil, senilidade, sênior, senhor.
Receber alguma coisa “de mão beijada” quer dizer receber gratuitamente, sem encargos e retribuições, de entrega espontânea.
A expressão surgiu no século XV, quando os súditos agradeciam uma doação do Rei beijando-lhe a mão. Na igreja, fiéis que faziam doações eram recompensados pelo privilégio de poder beijar a mão do papa. Nessas cerimônias, chamadas muito apropriadamente de “beija-mão”, os fiéis mais ricos ofertavam terras, prédios ou outros presentes valiosos. A expressão foi documentada em 1555. O papa Paulo IV dividiu as oferendas a Deus em dois tipos: ao pé do altar ou de mão beijada. De lá para cá, a expressão se tornou popular para simbolizar favorecimentos. Normalmente, ofertas de mão beijada são recebidas com desconfiança, lembrando outra frase popular: quando a esmola é muita, o santo desconfia.
 
Fonte: Sérgio Nogueira | G1
 

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