Você consegue imaginar uma biblioteca sem livros de papel? Dia 14 de setembro inaugura em San Antonio, Texas, a primeira biblioteca pública de livros digitais dos Estados Unidos. Tratase de um novo conceito. Ela dispõe de área de lazer para criança, com contação de histórias e uma cafeteria no estilo Starbucks. Também oferece aulas de informática para as pessoas que ainda não estão familiarizadas com a tecnologia.
Com o nome de “BiblioTech”, sua estrutura envidraçada lembra mais uma loja da Apple. São 10 mil livros digitais (ebooks), de todos os gêneros, como se espera de uma biblioteca. Eles podem ser lidos em 600 e-readers (Kindle e Nook), 2oo e-readers só para material infantil, 48 computadores e 40 tablets e 10 laptops. O sistema inédito permite que cada pessoa leve para casa os livros nos dispositivos eletrônicos e-reader, e serão devolvidos dentro do prazo estipulado. Ou seja, o “empréstimo” não é da obra e sim do aparelho.
O projeto da Bibliotech custou 2 milhões e meio de dólares e seu principal alvo é a nova geração de leitores. As crianças e adolescentes da região serão beneficiadas porque a biblioteca digital fará uma parceria com as bibliotecas das escolas. San Antonio é a sétima maior cidade dos EUA.
Alguns anos atrás, surgiram em algumas universidade, pequenas bibliotecas digitais, mas o foco era em material de perfil técnico. Em 2002, a Biblioteca Pública de Tucson-Pima, no Arizona tentou um sistema 100% digital. Mas a tecnologia era diferente e o público não se acostumou. Depois de um tempo, ele voltou a oferecer livros impressos. Outros países fizeram esforços semelhantes, mas nenhum deles era tão grande e inovador quanto a BiblioTech.
Maureen Sullivan, presidente da American Library Association comemora: “Biblioteca não é mais um lugar onde você entra e a coisa que chama mais atenção é o acervo de livros. Agora é um lugar onde, quando você entra, entra imediatamente em sintonia com a variedade de maneiras como as pessoas estão usando esse espaço”.
Mas esse tipo de mudança radical não é tão fácil. Seis grandes editoras americanas ainda se negam a fornecer ebooks para bibliotecas. Elas querem preços muito elevados pois alegam que perderão nas vendas. Por outro lado, se as pessoas não encontram o livro que procuram, o mais provável é que procurarão pela versão impressa em outra biblioteca.
O prefeito de San Antonio anunciou que a Bibliotech terá um orçamento anual de 1,2 milhão de dólares para aquisição de material. Com isso será permitido comprar cerca de 10.000 ebooks. Ele explica que seu desejo é negociar com as editoras individualmente a aquisição de livros para manter o acervo sempre atualizado. Nos últimos anos os municípios têm cortado os investimentos em bibliotecas, diminuído o número de empregados. Algumas foram fechadas, num movimento que acompanhou a falência de grandes cadeias de livrarias como a Borders.
Conheça mais sobre o projeto aqui http://bexarbibliotech.org/Com informações de http://nation.time.com/2013/09/13/a-bookless-library-opens-in-sanantonio/
*Traduzido por Jarbas Aragão especialmente para o Livros e Pessoas.
Publicado originalmente no site Livros e Pessoas