A capa do livro, na maioria das vezes, é o primeiro contato do leitor com a obra. É função dela atrair sua atenção e seduzi-lo até a aquisição do conteúdo.
No início, as capas dos livros tinham apenas a função de proteger as frágeis páginas de couro ou pergaminho. Sem palavras, sem imagens e sem qualquer elemento gráfico que tornasse aquele determinado conteúdo diferente dos demais apenas pela aparência externa.
Com o tempo, a capa ganhou a função de identificar a obra. Nela passaram a ser respondidas as perguntas: O que é isso? O que este objeto contém? Quem criou este conteúdo?
A partir de então a capa e o processo de produzi-la evoluíram muito e passaram a exercer um papel quase tão importante quanto o próprio conteúdo do livro. Ela tem agora a responsabilidade de dar uma identidade ao livro, torná-lo único e diferenciado de todos os demais.
O poder de uma capa de livro bem feita
Tudo bem… Há quem diga que não se deve comprar um livro pela capa, mas o trabalho do designer capista é fazer você pensar exatamente o contrário. Isso é possível com a técnica adequada, pesquisa de mercado e muita ciência. Sim, ciência!
Como produto que é, a capa do livro é um dos componentes mais vitais do composto de marketing dentro do mercado editorial. Atualmente, as grandes editoras chegam a investir mais de 70% do esforço de marketing na criação de uma boa capa. Isso não é por acaso!
A função da embalagem nos pontos de venda é semelhante ao do anúncio, pode-se dizer que a capa faz a venda quase que por si só. Por isso, deve estar adequada aos critérios que, consciente ou inconscientemente, o público-alvo considera importante como a moda, cultura, apelo visual, forma, apresentação, tipologia, acabamento e valor agregado.
Nesta “guerra” pela audiência do leitor consumidor, leva vantagem quem conseguir mais e melhores meios para atrair a atenção. E a capa pode ser fundamental para o aumento das vendas seja de uma grande editora ou até mesmo de um autor independente.
3 segundos é o tempo que alguém leva para ver a capa do livro numa livraria
A não ser que já se tenha uma indicação de leitura ou um assunto muito específico em mente, as pesquisas de marketing dizem que um livro tem apenas três segundos para atrair a atenção de quem passa pela prateleira de uma livraria ou pela gôndola de um supermercado. Se ganhar a atenção do consumidor, as chances de compra são de 85%. Por isso, a capa precisa ser pensada com todo o cuidado para comunicar rápido e com clareza o que representa a experiência de ler aquele determinado livro.
Além do apelo visual há também a sinopse e as orelhas que são o segundo ponto de contato entre o leitor e a obra. Aqui é a hora de dizer que o que parece ser bom é realmente bom e o leitor não pode deixar de levar essa experiência de leitura pra casa.
Soma-se a isto tudo, atualmente, a compra de livros pela internet. Digitais ou impressos, as capas são apresentadas nas lojas online em miniatura e dispostas uma ao lado, acima e abaixo da outra, formando uma matriz colorida e por vezes muito poluída de informações.
Os espaços destacados como banners e popups são investimentos disputadíssimos e o esforço para se diferenciar e ganhar a atenção do cliente nestes espaços virtuais, embora mais acessível, ficou muito mais complexo e difícil de se conseguir.
Finalmente, a capa de livro perfeita?
Fazer a capa perfeita, tanto na forma como no conteúdo, é uma tarefa árdua e deve ser levada muito a sério durante o processo de produção editorial. Quem se dedica a tentar fazê-la deve estudar muito o que é praticado no mercado, levar em conta as tendências, design e trabalhar muito bem com cores e tipologia para obter o melhor contraste, leiturabilidade e harmonia entre os elementos da capa.
A capa de um livro é uma das poucas embalagens que é parte integrante do produto. Não é descartável e permanece conectada ao produto até o seu derradeiro fim. Mesmo em tempos de livros digitais, as capas continuarão vendendo e apresentando o conteúdo antes do autor entregar (em letras) a história.
