Oitenta e seis milhões de brasileiros acima de 10 anos de idade acessaram a internet em 2013, num ganho de 2,5 milhões de usuários sobre 2012; é o que aponta o Pnad 2014, do IBGE, mais completa fotografia dos hábitos nacionais; percentual de domicílios com internet atinge maioria, com 50,1%, ou mais de 32,2 milhões de endereços; trabalho, negócios, informação, lazer e comodidade se cruzam na rede a partir de computadores de mesa, notebooks, tablets e celulares; comunicação interativa; vantagens competitivas da internet aprofundam crise na mídia de papel.
O Brasil está cada vez mais “internetado”. De acordo com o números do Pnad 2014, do IBGE – a mais tradicional e completa pesquisa de hábitos e consumo da sociedade brasileira – já é de 50,1% o percentual de domicílios com computadores conectados à rede global, algo como mais de 32 milhões de endereços. Esse crescimento representou um ganho de usuários de 2,5 milhões de pessoas entre 2012 e 2013.
Para a nova disparada das conexões com a internet concorreram diferentes fatos novos, como o incremento das ligações por telefone celular e a ampliação da infraestrutura instalada de acesso grátis à internet patrocinada pelo governo federal no programa Banda Larga Para Todos e em iniciativas estaduais e municipais.
Nada menos que 86 milhões de brasileiros com mais de dez anos navegaram ao menos uma vez na rede mundial de computadores no ano passado.
No campo da mídia, o crescimento do acesso à internet prejudica, queira-se ou não, a circulação dos veículos impressos. Mesmo os adaptara seus produtos de papel para a circulação livre ou restrita na rede, na forma eletrônica, não sabem bem como controlar a sangria de leitores para as novas mídias. Por celular, tablets e, a partir de agora, também em relógios, a internet está por toda a parte, cercando de morte a mídia tradicional.
O setor tem enfrentado queda de circulação e perdas comerciais. Entidades patronais como a ANJ – Associação Nacional dos Jornais – procurou, no mês passado, veicular uma campanha específica para ressaltar a importância e a credibilidade dos jornais, mas o impacto favorável foi restrito.
O papel, de fato, não morreu, mas ficou para trás. Enquanto as mídias eletrônicas têm na participação dos leitores e na interação com os produtores de notícias um de suas características mais atraentes para o público. A internet permitiu o surgimento de veículos de comunicação chamados de horizontes, de amplo alcance e abertos à interação.
Abaixo, notícia da Agência Brasil sobre os resultados do Pnad 2014 sobre o crescimento do acesso à internet no Brasil:
Quase metade dos domicílios brasileiros tem computador, mostra Pnad
Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil
Entre os bens duráveis, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o total de domicílios com computadores subiu de 46,4% para 49,5%, de 2012 para 2013. No Nordeste, as casas com esse equipamento cresceram 14%. Dos 32,2 milhões de domicílios brasileiros com computadores em 2013, 28% tinham acesso à internet.
A proporção de internautas cresceu de 49,2%, em 2012, para 50,1%, no ano seguinte. A pesquisa do IBGE indica que, em 2001, 12,6% das unidades residenciais tinham esses aparelhos e, em 2013, esse percentual evoluiu para quase metade dos domicílios. Já as moradias com computador ligado à internet aumentaram de 8,5% para 43,7%, na mesma comparação.
Aproximadamente 86,7 milhões de pessoas com 10 anos de idade ou mais acessaram a internet no período de referência em 2013. O crescimento observado foi 2,9% ou 2,5 milhões de usuários. Segundo o IBGE, esse foi o menor índice de expansão registrado a partir de 2008. A taxa de crescimento no número de internautas atingiu o pico de 21,6% de 2008 para 2009. O aumento de internautas com 10 anos ou mais que acessaram a internet em 2013 alcançou maiores percentuais nas regiões Nordeste (4,9%) e Sul (4,5%), com menor índice de ampliação no Norte (0,4%).
A gerente da Pnad, Maria Lúcia Vieira, analisou que o aumento do consumo de bens duráveis, principalmente de computadores, resulta da elevação do rendimento da população. “A gente ainda tem muito a avançar em termos de acesso à internet. Ainda não atingiu a população como um todo”, destacou a gerente da Pnad.
Por gênero, as mulheres, com quase 45 milhões de indivíduos, lideraram os acessos à internet no Brasil, seguidas por 41,7 milhões de homens. Ambos mostraram aumento em comparação a 2012: 43,3 milhões e 40,8 milhões, respectivamente.
Por outro lado, caiu o número de moradias com rádio e DVD, de 2012 para 2013 – queda decorrente das mudanças tecnológicas, segundo o IBGE. Em relação ao rádio, o número caiu de 80,9% para 75,8% e, sobre os aparelhos de DVD, de 76% para 72,4%. Já a quantidade de casas com máquina de lavar evoluiu 7,8%, assim como aquelas com carro, de 42,5% para 43,6%. A proporção de domicílios com moto permaneceu estável: 20% em 2012, e 19,9%, no ano seguinte. Na mesma situação, ficaram os domicílios com fogão e televisor (98,8% e 97,2%, respectivamente).
Publicado originalmente no Brasil 247