O mercado de livros digitais didáticos, os chamados e-books, está em expansão no Brasil. Os alunos de 40% das escolas particulares do país já usam essa tecnologia para aprender.
As crianças mal sabiam ler, mas já dominavam o mundo digital. “Você pode mexer, você pode fazer o que você quiser”, conta Ana Beatriz Pereira, estudante de 6 anos.
É nessa geração que o mercado está de olho. O estoque da editora, uma das quatro maiores do país, está lotado de livros de papel. Mas, nos dois últimos anos, a principal aposta da empresa foi em livros digitais. Só no catálogo de 2015, foram R$ 4 milhões. Todos os 750 títulos didáticos impressos agora são também eletrônicos.
“Eu posso, por exemplo, utilizar vídeos, infográficos e simuladores para enriquecer o conteúdo do livro didático”, explica Ewerton Gabino, gerente de uma filial da editora FTD.
Em 2013, o faturamento com a venda de livros didáticos eletrônicos no país subiu 8,23% e a tendência é de expandir mais. Agora, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação exige que as obras didáticas impressas do Ensino Médio para escolas públicas sejam acompanhadas da versão digital.
Hoje quatro em cada dez escolas particulares já adotam essa tecnologia, um crescimento de 10 pontos percentuais no último ano. As filhas de Sílvia estão em uma escola que há dois anos usa livros digitais.
Há editoras que já expandiram o conteúdo didático na versão digital. Na escola onde as gêmeas estudam, os livros digitais estão disponíveis desde a educação infantil até o ensino médio.
“Matemática, lingua portuguesa, religião, história, geografia e ciências”, conta a estudante Sofia Queiroz.
“O dinamismo no aprendizado que realmente mudou. É muita coisa ao mesmo tempo e eles conseguem assimilar”, conta a doceira Sílvia Antunes Lopes Queiroz.
Publicado originalmente no O Globo