E agora divulgadores? Como divulgar eBooks

A grande pergunta que não quer calar é: Como divulgar o livro digital? Para mim, consumidora e já totalmente adaptada ao mundo digital desde 2009, não basta ser on line, tem que ser no mundo físico também.
Ninguém até hoje, investiu em divulgação de e-book, “tangibilizando”, ou seja, tornando ele um pouco palpável. Os motivos são inúmeros, a começar por problemas nas lojas por conta de sistemas de cobrança, até por falta de verba, pois a maior parte dela vai para divulgação do livro impresso.
Pensemos: o que você faria caso tivesse uma boa verba, ou mesmo que fosse meio a meio com o livro impresso? Por incrível que pareça a maioria dos setores de divulgação simplesmente não sabe, não conhece o produto e ainda é cheio de preconceitos e paradigmas.
Então por conta disso, aqui vão itens para inspirar nossos marketeiros, divulgadores, vendedores, merchandisers. Resolvi listar curiosidades dos bastidores das lojas digitais (entenda-se Kobo) e também de ideias loucas da minha cabeça, mas que acho possíveis:
– Você já parou para analisar os metadados? Ok ok, assunto velho, e já escrevi aqui muitas e muitas vezes, mas por incrível que pareça, muita gente não sabe como trabalhar com eles, ou melhor, como fazê-los trabalhar. Metadado nada mais é que as informações que você sobe nas lojas a respeito de uma obra. Você sobe sua obra no buraco negro da internet e cada dado que você vai alimentando nos sistemas, é como se fosse uma estrelinha, que aparecerá para a pessoa certa, justamente quando ela precisar (ó que lindo!). Cada espaço/campo do metadado é valioso para você, ele te ajuda a indexar o seu e-book não só na loja, mas na internet. E qual não é o meu espanto, ao saber que a maior parte dos editores só preenchem os dados obrigatórios. Algumas empresas se superaram e passaram a usar o ONIX para subir os metadados via Excel. E qual não é minha surpresa também ao saber que elas não tem explorado nem um décimo da capacidade das tags de um ONIX. Acho que a parte operacional das editoras têm se desenvolvido bem, agora falta o trabalho de analista, analista de dados, de negócio. Alguém ali pensando em metadados, veja bem, não falo catalogação. São coisas bem diferentes. Você tem que subir o máximo de quantidades possíveis de informação!!! Por favor!!!!
– Você sabia que quantidade de download é poder? Se você tem um e-book de graça e ele tem números bons de download, você pode usar isso a seu favor, ao vender um espaço ou tentar um patrocínio?
– Sabia também que quando um leitor “ganha” um e-book de uma determinada editora, ele fica recebendo novas sugestões de leitura sempre ligadas de alguma forma a sua editora/autor/imprint? Sim meu povo, ao participar de alguma campanha, cedendo um de seus títulos, você está prendendo os leitores a vocês. Dar um livro a uma loja para participar de uma campanha de merchandising não é favor, é empreendedorismo. É como se passasse um laço no pescoço de seu leitor (eita, que grosseria) ou melhor, liga o editor/selo/autor/categoria ao leitor, ao histórico dele, forever!
– Os espaços nas lojas de e-books não são pagos ainda =) É bem tranquilo conseguir alguma ação sem travar a infinita guerra do jabá.
– Já pensaram em acessórios? Capas de gadgets, com a arte das capas dos livros? Tiragens limitadas de e-book+capa para o Kobo+impresso+código promocional para capturar o e-book? Estamos na era dos acessórios minha gente. Quantas capinhas de celular você tem? Ou quantas tem vontade de comprar? Explore isso, a arte das capas são de vocês, editores (a maioria dos contratos de designer cedem os direitos totalmente). Eu quero meu acessório com a minha capa de livro preferida!!!!! Capa de livro antropologicamente falando, faz com que você seja inserido no clube de determinada tribo. Você quer (na maioria da vezes) ser identificado pelo seu livro preferido do momento, não?
– Já pensaram em kits digitais de divulgação? Um wallpaper fofo, com um tema de celular, selos de divulgação e artes exclusivas, tudo isso acompanhando o e-book, para o seu blogueiro/jornalista/site preferido?
Poderia ficar páginas e páginas aqui criando coisas para se fazer com o livro digital. Algumas destas ideias já tenho tentado plantar na cabeças das minhas editoras parceiras. Mas tudo depende muito de verba, de importância que a editora dá ao produto digital. Produto este que já é uma realidade mercadológica (as e-bookstores principais, não vendem menos de 150/200 mil exemplares de e-books ao ano, só no Brasil!!!) Se isso não é um mercado aquecido… me digam o que é =)
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Publicado originalmente por Camila Cabete no PublishNews

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